Improvisação - A Teoria

Isto será um tópico mais direcionado ao pessoal que agora começou a descobrir o Jazz (E nao só, visto que em qualquer genero musical se improvisa).
Ora bem, como todos sabem, a alma do jazz e das suas variantes é o improviso. Mas antes de se conseguir improvisar há algumas coisas a saber:
Para se conseguir improvisar sem limitaçoes musicais há que ter em conta varios aspectos, são eles intervalos, construção de acordes e escalas e ter um bom treino ritmico paa se conseguir manter no tempo.
bem, isto sao só algumas dicas para se começar a fazer melhores improvisos, mas há uma coisa bastante importante e que ainda nao referi, Ouvir Musica, muita musica, consumir musica, de todos os generos que voces gostarem, de todos os artitas que voces gostarem. isto é o mais importante, para depolis conseguirem criar linguagem para improvisar. nao se esqueça de consumir musica. de tudo o que gostarem, seja o que for, Pop, Rock, Metal, aquilo que for, mas ouçam muita musica.

agora vamos falar um pouco mais especificamente nos intervalos e nos acordes e escalas e como ligar estes 3 para improvisar.
primeiro ponto, saber campos harmonicos e saber bem qual a cadeia de acordes que está a ser feita. vamos pegar numa coisa simples em C maior, para nao complicar muitom as coisas.

C7 Am Bmb5 G7

depois de vermos a progressao vamos entao conhecer a progressao. e conhecer, nao é apenas saber os acordes, é conhecer as entranhas dos acordes, saber porque que notas sao constituidos. ao saber as notas, sabemos em que notas podemos prelongar quando improvisamos sabendo que nao vao soar meio tensas.
vamos lá entao:
C7 - dó mi sol si
Am - lá dó mi
Bmb5 - si ré fá
G7 - sol si ré fá

agora temos duas opçoes para improvisar, ou usamos uma escala maior em Dó durante toda a progressao, sabendo que em C7 podemos parar naquelas 4 notas, Am, as 4 notas constituintes de Am e o mesmo para os restantes acordes.
depois de dominarem minimamente esta tecnica, podem complicar um bocado as coisas e começar a construir acordes durante o vosso implovisso, por exmplo, durante o acorde de Am, podem dar Sol, Si, Ré e Fá, assim podem criar novos acordes, se derem o Sol, passam a ter Am7, se derem o Si passam a ter Am(add9) se derem o sol e o si ao mesmo tempo passam a ter Am9 e assim para todos os restantes acordes da progressao. mas lembrem-se, há que saber construir acordes para fazer isto, para nao olharem para aqui e ficarem a coçar a cabeça enquanto dizem "mas onde raio foi este gajo buscar aquelas notas? porque aquelas e nao outras?"

depois podem complicar ainda mais e utilizar os modos, que basicamente é usar a escala de dó em C7, a escala menor de lá em Am e assim por diante, mas nao vou já falar disso, até porque é algo que eu ainda nao domino bem. por enquanto aprendam estas formas mais simples de improvisar.

Abraço e bons improvisos

Boa Pedro, aqui no fim já estás a explorar o conceito da sobreposição que é muito interessante. Normalmente em terças diatónicas resulta sempre:
sobrepores Em sobre C obtens C7M...
sobrepores G sobre C obtens C7M(9)...
a partir daqui cresces para onde quiseres...

nos modos chama-se improvisação modal e isola-se cada acorde do seu respectivo contexto para aplicar-lhe por cima o modo desejado. de diferentes modos resultam diferentes sonoridades.

tens o C7 podes usar:
C ionian, C lidian, C mixolidian, C mixolidian#4 (este é da menor melódica gosto muito), C ionian #5 (menor harmonica, pode ser tricky por causa da 5... estamos habituados a tela como nota de repouso)

tens Am7 podes usar:
A dorian, A frigian, A aeolian, A aeolian7 (menor harmonica), A dorian#4(modo menor harmonica) A ionian b3(menor melodica) A dorian b2 (menor melodica - soa tenso este modo)

a partir das possibilidades escolhe-se ou alterna-se entre as que queremos para cada acorde na progressão dando assim outra cor ao improviso.

há pouco estava a explicar ao Rib como cheguei a algumas conclusões sobre o modo mixolidian #4 por exemplo que posso deixar aqui também:


E9 = Bm7M (acorde de emprestimo modal)
para tocar usa-se o modo B ionian b3 para Bm7M
que é basicamente a escala menor melódica no tom...

e agora, se colocar a tonica em E e não em B
E F# G# A# B C# D E
T 2 3 #4 5 6 b7 T
e agora repara
esses intervalos, formam o modo mixolodio (T 2 3 4 5 6 b7 T) com a #4
e então a menor melodica de B sobre E9, é o modo E mixolidian #4 da menor melódica
é assim que eu cheguei a esse modo quando estava aqui a soltar uns acordes e improvisar por cima deles... é tudo sobre intervalos e criatividade com eles lol

Boas pedro, umas duvidas:

Como chegaste à progressão C7 Am Bmb5 G7 ? E porque é que é dizes que é em C maior?
Depois também não percebi a partir da segunda frase do quinto paragrafo... se me poderem explicar melhor

kikos, dá uma vista de olhos no seguinte tópico

https://forumjazz.forumeiros.net/t22-teoria-musical-construcao-de-campos-harmonicos

tem só um pouco de atenção, pois no tópico dos CH está em fá e aqui pus dó. mas a forma de lá chegar é igual

Os intervalos já percebi bem, mas isso dos campos harmonicos ainda percebi menos que este topico xD
Vou pedir ajuda ao meu prof de formação musical porque é muito dificil estar a explicarem-me por aqui

aquilo é mais simples do que parece. e percebendo os campos harmónicos, percebes bem isto.

assim curto e grosso, no que toca a improvisar, é utilizar apenas as notas dos acordes.

pois, imagino... thanks

tas te a safar com a cena kikos?

as minhas aulas ainda não começaram... só quando começarem é que pergunto

O resto da linha está em C major mas o primeiro acorde não, C7 é C mixolidio (dominante) estará em F Major, a menos que o estejas a ver como um I7 (V do IV).
Eu normalmente não usaria jónico num acorde dominante, e sendo ele um dominante secundário muito provavelmente usaria um lidio dominante ( 1 2 3 #4 5 6 b7