Jazz, o início

Vamos lá ver se deixo aqui alguma coisa já que não tenho sono.

Jazz, como começou? Se calhar a resposta mais lógica será que foi a simples fusão do conhecimento musical clássico, com a expriencia de vida afro-americana (do blues). Mas isto é muito vago. Na verdade surgiu duma pequena variação no ritmo da marcha, e da forma como isso afecta o solista (trompete por exemplo). Aqui está muito bem explicado: https://www.youtube.com/watch?v=t9BVe1JH4Ow
Outro aspecto caracteristico é o walking bass, em que temos uma nota por cada quarter note no compasso, dando uma sensação de movimento contínuo. Aqui é importante pois dessas notas a 1ª e a 3ª devem ser notas ditas harmonicamente fortes (tónicas, quintas, terceiras) enquanto que a 2ª e 4ª notas são geralmente harmonicamente mais fracas e por vezes são apenas aproximações para o proximo acorde ou grau a tocar, no entanto devem ser ritmicamente mais fortes.
Em termos de acordes, geralmente são voicings constituidos por T 3 5 e 7. Depois podemos ter extensões, ter substituições desses graus por outros, e tudo mais. E em termos de voicings temos dois mais usados o dito drop 2 e o drop 3. Os drop 2 aplicam-se para a tónica na 4ª e 5ª cordas da guitarra e os drop 3 para tónica na 6ª corda. Em drop 3 o voicing é T 7 3 5, e em drop 2 é definido por T 5 7 3. Podem partir dos acordes de barra para ambos os voicings. Com a particularicade de em drop 3 não se usar a 5ª corda para dar a 5ª da tónica mas sim a 2ª corda. Depois disto podem claro está ter substituições, inversões e outras coisas abadas em ões e não é o euromilhões. No que toca a progressões de acordes, duas muito típicas que estão por toda a parte são o II V I e o I VI II V, respectivamente em Dó maior, Dmin7 G7 Cmaj7 e Cmaj7 Amin7 (ou Amin6 até) Dmin7 G7.
No que toca ao solista a coisa depende muito da pessoa para pessoa e de estilo para estilo. Pode tocar mais ou menos outside, ser mais ou menos ritmico, usar dissonância, tudo é permitido, claro que nos outros instrumentos também, o que interessa é que soe bem e haja respeito pela música.
Em ambiente de grupo geralmente reina muito o improviso com base em temas Standards, em que se toca uma volta ou duas da melodia original, e depois uma volta de solo a cada elemento da banda com base nos acordes do tema original (podendo intercalar com uma volta da melodia original, depende), acabando de novo com uma ou duas voltas da melodia original.

É claro que tudo isto é relativo pois quando falamos de jazz, falamos de liberdade absoluta, ao contrário do que muitos apregoam. Só que para se conseguir atingir a liberdade e o privilégio de não pensar em regras e formalismos, primeiro temos que os estudar e dominar.

Cumprimentos,
CL

PS: qualquer erro que me tenha escapado façam o favor de mandar PM que eu corrijo.

Ora aqui está uma coisa muito util. já fiquei a aprender umas coisinhas sobre linhas de baixo.
Caro CL, o que eu te pedia era o seguinte, transformares o sumo desse testamento numa cena mais simples a primeira vista. uma cena sem tanto texto corrido e mais esquemas e cenas assim. e por exemplo adicionares algumas Tab's ou Partituras com exemplos daquilo que falaste. acho que só dará mais pontos ao artigo e tornará mais apelativo para ler e estudar.

continua com os posts de qualidade
Abraço

Compreendo. No entanto a ideia disso é ser corrido e muito sumário. Ainda assim quando tiver tempo trato disso.

sim, acredito que esteja Resumido. mas como estaé tipo "grande" texto, pode tirar o interesse de ler. pedia te só qe trocasses isso por uma cena mais esquematica, o mesmo no texto, mas de forma (visual) mais soft

Grande tópico, CL, excelente mesmo, é bom para o pessoal que ainda não conhece muito do estilo e quer conhecer